Graças ao pla-ne-ja-men-to, tiramos a chance de os garotos irem mais longe na Copinha pois os competentes gestores da 777 descobriram que o Vasco tinha que disputar uma coisa chamada campeonato Carioca e daí, às vésperas da fase do mata-mata na Copinha, chamaram correndo quatro jogadores de volta, desfigurando o time que acabou eliminado.
Tá certo, o Campeonato Carioca é um evento novo, que o Vasco só disputa há 100 anos, e esse pessoal da 777 ainda está se acostumando com certas coisas do futebol, como por exemplo, calendário. Enfim, prejudicamos a garotada na Copinha para garantir o empate em São Januário com o Madureira.
100 anos do primeiro título estadual
Aliás, em 2023 completam-se 100 anos do glorioso primeiro título de Campeão Estadual do Vasco, conquista que fortaleceu o nascente ódio da elite contra o time de subúrbio formado por negros e operários. Passaram, entre outras coisas, a ameaçar o Vasco com exclusão por conta da falta de um estádio próprio. Os vascaínos de então uniram-se, e sem pedir um tostão ao governo começaram a campanha para a construção de um estádio, São Januário, inaugurado em 1927, e que seria durante 20 anos o maior da América do Sul.
“História para saudosistas”, dirá o neo-vascaíno fã da Vasco- Delaware.
Por falar em São Januário…
Quem foi a São Januário no sábado ficou espantado com o estado de abandono do templo sagrado dos vascaínos.
Isso não é à toa. Modestamente – nestas páginas e no programa Pega na Geral – Debates Vascaínos (que aliás, retorna no próximo domingo, dia 22) – avisamos publicamente no início de 2021 que a meta dos golpistas Salgado-Osório-Brant era levar à torcida ao desespero com a montagem de times ridículos para vender o Clube por qualquer trocado.
Não deu outra: mesmo com o maior orçamento da Série B de 2021, a caterva que se assenhorou do poder no Vasco montou um time para ficar, como ficou, no meio da tabela da série B e prosseguiu seu plano nefasto.
Depois de consumada (de forma nebulosa e ilegal) a venda de 70% do futebol, apontamos que o próximo alvo era encher os bolsos com a venda do patrimônio construído por gerações de vascaínos, especificamente: São Januário e Sede Náutica da Lagoa.
Agora, para surpresa de zero pessoas, “youtubers” vendidos e jornalistas de aluguel começam a campanha para que o CRVG doe, isso mesmo, doe São Januário, à 777.
Ao pensar nos pioneiros da década de 1920, isso não deixa de revoltar os verdadeiros vascaínos.
Diálogo com um neo-Vasco em um grupo de WhatsApp
É meio perda de tempo conservar com torcedores neo-Vasco. Afinal, nem Vasco eles são. São neo-Vasco. Um tipo de torcedor nutella queridíssimo pelo Grupo Globo e demais inimigos históricos do Vasco. Mas de vez em quando eu cometo esse erro.
Neo-Vasco – A SAF do Vasco foi a que mais gastou em contratação, em comparação com as SAFs do Bahia, do Cruzeiro e do Botafogo.
Eu – Mas a SAF não gastou nada. A venda do Andrey, cujo valor exato da transação ninguém sabe ao certo, cobre toda a quantia que se anuncia que foi gasta. Ou seja, como a SAF não contribuiu em nada com a formação do Andrey, foi o velho Almirante, como sempre, que garantiu a verba. Isso para não dizer que o Vasco é muito maior do que Cruzeiro, Botafogo e Bahia, somados. (A última frase deixa o neo-vascaíno confuso, o padrão dele é comemorar empate com o CRB).
Neo-Vasco – Caramba, acorda! É a primeira vez em anos que o Vasco está com salário em dia!
Eu – Tem certeza? Antes vocês espalhavam que agora o Vasco não tinha pressa em vender uma joia como Andrey pois o time não andava mais com pires na mão, porém o Andrey foi vendido na primeira oportunidade. Na Itália a 777 já pegou dinheiro emprestado para pagar contas no Gênova. O Vasco, durante sua história, foi um destino que os jogadores de todo o país lutavam para chegar, pois sabiam da grandeza e seriedade da instituição, que, como qualquer instituição centenária, pode passar por momentos difíceis.
Neo-Vasco – Não adianta. Vocês são arcaicos. Empresário gere melhor do que amador.
Eu: Nem sempre, é só ver o caso recente das Americanas, para não falar de tantas outras empresas privadas que fraudam e falem por gestão corrupta ou incompetente. Se o dirigente for amador mas tiver uma visão profissional da gestão tudo pode ser diferente. Por falar nisso, os que venderam o Vasco, Salgado, Osório e Júlio Brant, dizem que são empresários. Por que demonstraram tanta incompetência na condução do futebol?
Neo-Vasco (de novo confuso) – Cara, você vai queimar a língua. Os caras estão focados na Séria A. Tem também a janela do meio do ano…
Eu: Tem também o Papai-Noel, o Coelhinho da Páscoa, a Branca de Neve e os Sete Anões. Acorda, Cinderela! Outra coisa: quer dizer que devemos esquecer Carioca e Copa do Brasil? Se bem que você, outro dia, declarou que estava satisfeito com uma pré-libertadores não é, neo-Vasco?
Ele não respondeu depois disso. Acho que meu erro foi falar em Coelhinho da Páscoa. O neo-vascaíno deve ter salivado pensando nos ovinhos de chocolate e babou o teclado todo.
Por falar em Fraude…
O assunto do momento é a fraude nas Lojas Americanas, que escondeu nos balanços um rombo de R$ 20 bi, que agora, segundo se comenta, já chega ao dobro deste valor. Pois bem, em nota publicada na coluna “Capital”, no jornal O Globo de sábado (14), se questiona a independência de um dos membros do “Comitê Independente” que investigará o rombo nas Americanas. Por quê? Porque, diz O Globo, o cidadão “presidiu a KPMG no Brasil entre 2008 e 2017. A empresa de auditoria é, potencialmente, parte a ser investigada. A KPMG foi responsável pela análise dos balanços da Americanas de abril de 2016 até outubro de 2019, quando foi substituída pela PwC”.
Quem diria? A KPMG disse que estava tudo certo com balanços fraudulentos… Agora, adivinhem qual a auditoria que deu o “OK” para a venda de 70% do futebol vascaíno? Adivinharam? Adivinhem também o nome da auditoria que, durante a gestão Campello, cujos responsáveis financeiros continuaram com Salgado, deu aval a balanços malucos, que afirmavam que o Vasco tinha superávit maior do que o Palmeiras.
Na ocasião, existiam vascaínos no Conselho Fiscal, que reprovou a patranha. O jornalista Rodrigo Capelo ficou indignado… com o Conselho Fiscal (!), por ter reprovado um balanço “transparente” e “auditado pela KPMG”. O mesmo jornalista também defendeu a venda do futebol do Vasco sem que os sócios tivessem acesso ao contrato de venda. A transparência do Rodrigo Capelo, como vimos, é de ocasião, assim como o padrão moral de alguns.
Vasco x River Plate
Daqui há pouco tem Vasco x River Plate, às 21h30m (horário do Brasil), no Exploria Stadium (Orlando, EUA). Se alguma serventia tem esta partida é principalmente prestigiar os fiéis vascaínos que mesmo longe da pátria não esquecem o amor à cruz de malta. Que a vitória venha em homenagem a eles e ao grande vascaíno, que mora na Flórida, Leonardo Velasco.
Textos de Wevergton Brito Lima
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