O jornal O Globo publicou, nesta sexta-feira (27), uma entrevista com o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, onde este afirma que o edital de licitação do Maracanã, que está sendo claramente preparado pelo governador para entregar o estádio ao clube da Gávea, é “justo”. Tem sentido. Afinal, o golpe é justo, na visão do golpista. O roubo é justo, na visão do ladrão. A fraude é justa, na visão do estelionatário. O sequestro é justo, na visão do sequestrador, e por aí vai. Ainda mais que o episódio da apropriação pelo Flamengo de um estádio que ele não construiu é absolutamente coerente com a história deste time, cheia de conquistas plenas de justiça. Justiça à moda rubro-negra.
“Porém, ai porém”
A caterva até escreveu uma nota protestando contra os argumentos do Landim, ocorre que, além da evidente determinação do governador de entregar o Maraca ao Flamengo, existe também a mais que evidente incompetência dos novos donos do time do Vasco em relação à São Januário, que vive uma situação de total abandono. Ou vocês acham que se a licitação, por um descuido do governo estadual, correr o risco de ser honesta, o grupo Globo não irá imediatamente fazer matérias mostrando como está o estádio dos vascaínos, hoje alugado à 777? Até já imagino o título: “Vasco quer administrar Maracanã enquanto São Januário sofre com sujeira e abandono”.
“Papu” Furado
Coisa que a 777 sabe fazer bem, contando com o apoio histérico de youtubers vendidos e jornalistas amestrados, é cortina de fumaça. Fomos eliminados da Copinha por incompetência administrativa? Começamos mal no Carioca? Levamos um baile do River? “Calma gente, sabem quem vem aí? Papu Gómez, do Sevilla”. Daí, é aquele alvoroço. “Estamos em outra prateleira”, gritam as vivandeiras da 777. O neo-vascaíno adora viver na ilusão. Na música “Nada Além”, de Mário Lago e Custódio Mesquita, tem este trecho:
“Eu não quero e não peço / para o meu coração / nada além, de uma linda ilusão”.
A canção é belíssima, mas o problema da ilusão é que ela acaba em algum momento.
A ESPN entrevistou nesta quinta-feira (26), Paulo Bracks, diretor de futebol da SAF Vasco sobre as especulações envolvendo Papú Gómez. O site Lance repercutiu a entrevista, informando que, segundo Bracks: “é uma situação que não houve proposta, não houve negociação. Não fomos para a mesa, nem com o Sevilla, nem com o jogador. Eu nego e não há nenhum tipo de possibilidade de o atleta vestir a camisa do Vasco”. O dirigente da SAF afirma que aconteceu apenas uma sondagem para “entender às condições, cifras, possibilidades ou não”. Convenhamos, esse Paulo Bracks é um romântico.
Os absurdos da SAF Vasco
São tantos os absurdos desta negociata chamada SAF Vasco que fica até difícil escolher o que falar. Vou citar apenas dois que têm a ver com um tema que me é muito caro: as tradições vascaínas. O primeiro é São Januário. Várias vezes eleito um dos estádios mais bonitos do mundo, templo sagrado de gerações de vascaínos, de grande importância simbólica não só para o futebol, mas para a própria história nacional, foi alugado para a 777 por 25 anos, renováveis por mais 25 anos, pela bagatela de R$ 1 milhão de reais ao ano. Isso mesmo, ao ano! Menos de 84 mil por mês. Tem salas comerciais no Rio de Janeiro com aluguel mais elevado que isso. Perguntem para o ínclito Carlos Osório, vice-presidente do Vasco, ele conhece bem esse ramo de imóveis.
O segundo assunto refere-se aos troféus do Vasco. Sabia o amável leitor que, a partir da constituição da SAF, os troféus das eventuais conquistas do time pertencem, não ao CRVG, mas à 777?
Quando eu comento com torcedores de fora do Rio de Janeiro coisas como essas eles perguntam: “mas como os sócios e a torcida permitiram esses absurdos”?
A nova da FIFA
A FIFA agora está estudando proibir o goleiro de, no momento da cobrança do pênalti, “desconcentrar” o cobrador, ao ficar se movimentando na linha, pulando, apontando um canto onde supostamente o cobrador deve bater, etc. É claro que agressão (falta) e expedientes antiesportivos devem ser coibidos, mas não vejo que isso se enquadre no que a FiFA quer fazer agora, aprisionando ainda mais o goleiro que, na cobrança de um pênalti, já está em grande desvantagem.
Alegam os defensores da proibição que esse tipo de expediente, por parte do goleiro, é um ardil. Ora, o drible é um ardil, senhores, feito com talento. Um talentoso cobrador de pênaltis sabe usar o ardil para enganar o goleiro, fingindo, com muita técnica, que a cobrança será em um canto enquanto a bola vai em outro. Isso vai ser proibido também?
Já vejo o dia em que a senhora FIFA exigirá traje a rigor para as partidas e silêncio absoluto nos estádios. O futebol é um esporte muito bom mesmo, pena que estão fazendo tudo para matá-lo.
Vem aí a comunidade Pega na Geral
Em poucos dias será criada a Comunidade Pega na Geral, no WhatsApp e, dentro dela, um Grupo de Avisos para quem quiser ser notificado sobre novas atualizações da Página Pega na Geral. Os interessados devem enviar e-mail com DDD e número do celular para peganageral.1@gmail.com. No programa Pega na Geral – Debates Vascaínos, do próximo domingo, 22hs, daremos mais detalhes da Comunidade, que pelas novas regras do aplicativo, pode ter até 5 mil membros.
Textos de Wevergton Brito Lima
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