O Grupo Globo, este antigo e leal amigo do Club de Regatas Vasco da Gama, sinaliza que já tem seu candidato à presidente do Vasco, nas eleições que devem acontecer em novembro. Trata-se de Vitor Roma, ex-Vice-presidente de Marketing da Gestão Salgado.
A sinalização vem com duas matérias publicadas praticamente em sequência. Uma dá voz ao ex-dirigente para exaltar seus supostos feitos na gestão do Marketing vascaíno e outra, logo depois da morte do ídolo Roberto Dinamite, onde Vitor Roma surfa sobre o trágico acontecimento posando de responsável pela reaproximação que teria havido entre Vasco e Dinamite.
Como acho melhor deixar o nosso querido ídolo Dinamite descansar em paz, vamos falar então sobre os feitos de Vítor Roma à frente do Marketing.
Uma primeira e evidente preocupação de qualquer departamento de marketing, que é o parâmetro para uma avaliação isenta, é a valorização ou desvalorização da marca.
Lembremos que Vitor Roma assume o marketing do Vasco em janeiro de 2021 e saí em novembro de 2022.
Pois em janeiro de 2023 a Sports Value, consultoria especializada em marketing esportivo, publicou a 3ª edição do “Valuation dos TOP 30 clubes do Brasil”, com grande repercussão nos principais veículos da mídia brasileira. Clique aqui e leia a reportagem da revista Exame ou veja o estudo completo ao final do texto na seção “Anexos”.
A pesquisa mostra que desde 2021 o Vasco caiu do 11º para o 13º lugar perdendo 9% do valor total (de R$ 802 milhões em 2021 para R$ 730 milhões, em 2022), na contramão de um quadro geral de crescimento de 33%. Veja na página 15 do estudo.
Pior, a marca Vasco, sob a gestão do gênio global Vitor Roma, não caiu, desabou. Quando VR assumiu, o Vasco tinha a 7ª marca mais valiosa. No final de 2022 a marca Vasco ocupava a 13ª posição, ficando atrás de marcas como Bahia, Botafogo, Fluminense e Athletico-PR, entre outros. A marca Vasco derreteu em quase 30%, em um quadro geral de valorização das marcas de 65%. Brilhante, não é mesmo? Confira na página 62 do estudo.
Outra prova da competência do Vitor Roma no marketing é que durante sua gestão, o Vasco perdeu quase 30% do quadro social. Eram 82 mil sócios e perdemos, durante o período VR, 23 mil. Mais uma vez repito: brilhante!
Agora, vamos lembrar o que dizia Vitor Roma, sobre as metas do Marketing na campanha eleitoral da Mais Vasco.
Pois é, senhores, ele prometia 100 milhões apenas em novas receitas.
Segundo o Balanço do Vasco de 2020 (vale lembrar que este foi o ano mais duro da pandemia, com tudo estagnado – veja a íntegra do balanço 2020 nos anexos), o Vasco arrecadou com ações de Marketing, antes de VR, R$ 16.972 milhões, sendo R$ 13.335 milhões com os seguintes patrocínios: BMG – R$ 5.220 milhões / AMBEV – R$ 4.033 milhões / Havan – R$ 2.807 milhões / Outros patrocinadores – 1.275 milhão.
O Balanço de 2021 (você também encontra nos anexos), aponta que as ações de Marketing, já sob o comando de VR, renderam R$ 19.791 milhões, sendo R$ 16.141 milhões com os seguintes patrocínios: BMG (gestão anterior) – R$ 5.114 milhões / R$ AMBEV (gestão anterior) – 1.907 milhões / Havan (gestão anterior) R$ 5.614 milhões / PixBet – R$ 1.800 milhão / Outros Patrocinadores – R$ 1.706 milhões.
Ou seja, em 2021 o Vasco arrecadou a mais com o Marketing apenas R$ 2.819 milhões, distante R$ 97.181 milhões do que foi prometido em campanha. Repitam comigo: brilhante, não?
Em sua carinhosa cartinha de despedida, Vitor Roma jacta-se de deixar a camisa do Vasco valendo 30 milhões de reais. Como o moço mente como respira, e o balanço de 2022 ainda não foi publicado, vamos ter cautela diante deste número. Faço somente duas observações: a arrecadação com patrocínios da camisa do Urubu, do Palmeiras e do Corinthians está em mais de 100 milhões cada uma (a do Urubu, segundo a mídia, 130 milhões) e este número de 30 milhões para a camisa do Vasco, se for verdade, ainda é muito aquém do que o Vasco merece e precisa e muito longe do que os Pinóquios da Mais Vasco prometeram em campanha, a não ser que você seja Flamengo, como o atual CEO da SAF Vasco, e ache que é por aí mesmo.
Por fim, devemos dar a César o que é de César. Durante a gestão VR, o Vasco aumentou em 41% o engajamento em suas redes sociais (aliás, esse é um bom “momento ‘foda-se’” para o Chicão Vascaíno usar em seu programa). Seria um “foda-se” merecido pois tudo indica que este crescimento não está a serviço do Vasco e sim das narrativas da gestão, pródiga em remunerar youtubers e jornalistas amigos, enquanto o Vasco vê derreter o valor de sua marca e o seu número de sócios, tendo que vender o time de futebol para aventureiros.
Eu já usei esta analogia aqui antes e me permito repetir. Uma galinha, quando está doente, ao bicar o chão separa a bosta para comer. O grupo Globo, sempre preocupado com o futuro do Vasco, ao sinalizar um possível apoio a Vitor Roma, mostra que usa o mesmo critério da galinha para escolher o candidato à presidência do Vasco: escolhe a bosta.
“Mas o sócio não vai engolir essa”, diz o amável leitor. Calma amigo, pelo que se vê nas redes sociais, tem muito neovascaíno que já se acostumou com o sabor.
Wevergton Brito Lima
ANEXOS
Anexo 1:
Anexo 2:
Anexo 3:
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Chega de salvadores no Vasco