Grupo de Júlio Brant entra com pedido de Tutela Provisória para anular eleições vascaínas

Folha 1 do processo da Sempre Vasco

No dia 8º de junho de 2018, os advogados Alan Belaciano e Alan Flávio da Fonseca Geraldo entraram com um requerimento de “emenda” ao pedido  da petição inicial do processo 0291437-43.2017.8.19.0001 da 52ª Vara Civil, onde, sob a alegação de fraude, se pretende a anulação da Assembleia Geral do Vasco, realizada no dia 07 de novembro de 2017.

Os advogados da Sempre Vasco pedem uma “tutela provisória” (uma decisão antecipada) com seis itens: 1) afastamento imediato dos 30 conselheiros eleitos pela Chapa Azul de Eurico Miranda, segunda colocada nas eleições. 2) Exclusão da Chapa Azul e de todos os seus integrantes do processo eleitoral com a ata sendo retificada. 3) Posse imediata dos 30 conselheiros da chapa branca (chapa do Francisco Horta). 4) Que sejam declarados nulos todos os atos praticados pelo Conselho Deliberativo que tomou posse no dia 19 de janeiro.

Anulação e pedidos que entram em conflito

Folha 2 do processo da Sempre Vasco

O item 5 pede diretamente que “sejam anuladas as eleições ocorridas na assembleia geral (07/11/2017)” . Ora, se o juiz atender ao pedido deste item todos os quatro itens anteriores ficam prejudicados, já que o processo eleitoral ficaria anulado em sua totalidade. Neste mesmo item 5, os advogados da Sempre Vasco pedem que seja determinado ao presidente da Assembleia Geral atual (Faués Cherene Jassus, apoiador de Júlio Brant), que convoque novas eleições no prazo máximo de 60 dias. O problema é que o “atual” presidente da Assembleia Geral foi eleito na mesma eleição que o pedido busca anular. Finalmente, o sexto item pede que sejam proibidos de participar da pretendida nova eleição todos os integrantes da chapa azul (Eurico Miranda).

A contradição de Campello

Folha 3 do processo da Sempre Vasco

A petição da Sempre Vasco cita ainda que, na eleição de Alexandre Campello pelo Conselho Deliberativo votaram 28 beneméritos que, segundo os autores do pedido, tiveram seus títulos cassados. De fato, o atual presidente do Vasco foi eleito com os votos de 28 beneméritos que ele mesmo questionava na justiça. Apenas cinco meses depois de sua eleição e ameaçado por uma comissão de investigação para apurar supostas irregularidades é que Campello volta a tentar na justiça a cassação dos títulos destes beneméritos.

A contradição de Brant

Por outro lado, no pedido dos advogados de Brant, consta até mesmo a alegação de que Alexandre Campello, em pouco tempo de mandato, “já teve, inclusive, cogitado seu impeachment, por irregularidades”. É no mínimo estranho que a Sempre Vasco use este argumento, já que votou contra a proposta debatida de instalar uma comissão de investigação contra Campello. Se a Sempre Vasco não via justificativa em investigar Campello, como pode agora usar isso como argumento?

Folha 4 do processo da Sempre Vasco

Na verdade, nos bastidores de São Januário comenta-se que por trás desta medida está a crescente preocupação de Júlio Brant com a perda de sua base, cada vez mais cooptada pela administração Alexandre Campello, que desde a saída em peso do grupo Identidade Vasco tem cargos à vontade para distribuir.

A expectativa é que a decisão do juiz saia a qualquer momento. Mesmo na época da Copa do Mundo o torcedor vascaíno pode ter fortes emoções. Se serão emoções positivas ou negativas, isto é outro debate.

 

Folhas 5 e 6 do processo da Sempre Vasco

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