Perdi meu pai em 1998. Ele morreu jovem, antes de completar 60 anos. Não chegou a ver o título da Libertadores que o Vasco conquistou naquele ano. Na ocasião fiz este poema de despedida, que compartilho com os amigos, em homenagem a quem fez de mim um vascaíno apaixonado.
ADEUS VELHO
Adeus Pai
Morreste numa quarta-feira vazia
Longe do cigarro, da birita e da boemia
Meu coração de filho bate sem compasso
Amedrontado como à beira de um precipício
Desesperado como um bolero do Anísio
Só, como um bar abandonado
Tenho, no entanto, o triste consolo,
De ter dito várias vezes a você
O quanto te amava e te queria vivo
Mas você optou por viver pouco mas como
queria
E apenas nos dois últimos anos veio a sofrer
muito
De solidão e do terrível mal que lhe
transformou
Em pálida caricatura do que eras
Adeus “Eri da Loteca”, como você, de
gozação, se autodenominava
Por te ganho duas vezes quantias irrisórias
na loteria
Adeus “Doutor” como alguns amigos
carinhosamente o chamavam
Adeus “iá”, como era conhecido na Bahia por
seus companheiros de infância e juventude
Adeus meu velho
Adeus
Adeus
Nunca te esquecerei
E em cada gesto meu estará sua presença
Adeus João Erisaldo Lima
Como você mesmo um dia me disse:
“Cravo das moças, alegria das meninas”
Linda poesia amigo.Também perdi meu pai,e sei o quanto a saudade bate.Grande abraço meu amigo fraterno,saudades dos tempos que te visitava na sede do partido,na rua Sao José,e vc sempre muito atencioso me dava aulas sobre o movimento comunista, causa que abraçamos.Saudades de um tempo mais longínquo quando éramoa do PCB e apoiávamos o Juliano Siqueira para vereador. Bons tempos amigo.Muitas saudades de você. Quando estiver no Rio de Janeiro gostaria de te dar um abraço.
Que linda homenage! Bateu aquela saudade do tempo em q esperávamos tio “Iá” chegar de viagem cheio de alegria…
Emocionante!
Linda homenagem!
Emociona a quem teve oportunidade de conviver com “iá” e com vocês.
Saudades… vamos seguindo nosso caminho!