Poesias para dias nublados – IV

À morte de Titi

Quando chegará a hora

Doce entre todas

De morrer a Titi?

(Que se julga dona de mim

Como El Rey de suas alcavalas)

 

Será uma morte casta

Devota e calma

Ou haverá rugidos, lamentos e pragas?

 

Ouviremos o santíssimo repique de sinos

Ou o alarido de gritos, suspiros, gemidos?

 

Seremos brindados com as exéquias de um beato ermitão

Ou será um mendigo a carregar o caixão?

 

Virão penitentes e romeiros

Dos quatro cantos do mundo

Ou apenas à noite, violadores de túmulos?

 

Serão feitas orações em favor de sua alma

De Lisboa à Jerusalém

Ou pela megera, entre bilhões de seres,

Não chorará ninguém?

 

Por Wevergton Brito Lima

 

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