Um minuto de barulho pelo Caíco

Nesta terça-feira (18), morreu Carlos Henrique “Caíco”, histórico integrante da Força Jovem do Vasco (FJV). Ele faleceu, creio que com pouco mais de 50 anos, vítima do que este genocida que está no planalto chamou de “gripezinha”.

Eu não via o Caíco faz muitos e muitos anos, mas nunca vou esquecer dos meus primeiros tempos de FJV. O Caíco, apesar de ter um pequeno comércio em Niterói, arrumava tempo para ajudar a torcida no que fosse preciso. A impressão é a de que ele estava presente em tudo e em todo momento. Nas arquibancadas, Caíco era um titã. Ninguém incentivava mais o Vasco do que ele. Certa vez eu ouvi de um conhecido que a torcida brasileira deveria se mirar nos argentinos, que cantam sem parar e eu pensei na hora: “este cara não conhece o Caíco. Se bobear foram os argentinos que aprenderam com ele”.

Durante a quarta-feira surgiu a ideia de tentar, no próximo jogo do Vasco, que houvesse um minuto de silêncio em sua homenagem. Acho que, infelizmente, não vai rolar, pois geralmente este tributo é feito quando morrem dirigentes, ex-dirigentes, conselheiros, beneméritos, etc. No entanto, seria mais do que merecido e justo que ocorresse no caso do Caíco, pois se procurar hoje em todos os 300 conselheiros e outras dezenas de dirigentes vascaínos, não haverá um só que tenha mais amor ao Vasco do que ele teve enquanto vivia e possivelmente poucos terão amor igual.

Mas eram 4 da matina desta quinta-feira quando recebo uma mensagem de voz pelo whatsapp de outro veterano da Força Jovem, Marcelo “Santo Cristo”. Diz Santo Cristo que perdeu o sono com a morte do Caíco.

Fico lembrando dele na bateria, cantando sem parar. O Vasco levava gol e ele lá, cantando e dando esporro em quem não cantava. Eu era um garoto ainda me aproximando da torcida e achava ele um exemplo. Aliás, acho que nossa ideia de fazer um minuto de silêncio pelo Caíco é errada, a gente devia era fazer um minuto de barulho”.

Taí, o Santo Cristo, como sempre, com suas tiradas inteligentes, dando a saída. Toda vez que uma bateria, nas arquibancadas ou nas ruas, marcar o coro da torcida, Caíco será homenageado e estará presente na manifestação que foi uma marca em sua vida: a paixão infinita pelo Club de Regatas Vasco da Gama.

Wevergton Brito Lima, jornalista, Conselheiro do CRVG Vasco da Gama

 

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