Escrevi em “O ponteiro do relógio e o futuro do Vasco” que era preciso o clube avançar para ações contundentes com o objetivo de impedir o quarto rebaixamento. Essa é a prioridade máxima de todos que são correligionários do pavilhão preto e branco com a cruz de cristo.
Por Leandro Fontes*
Acontece que a luta judicial segue em curso. O julgamento que pode decidir o resultado eleitoral do Vasco está, até então, marcado para o dia 17 de dezembro. Ou seja, três dias antes da 26ª rodada do Campeonato Brasileiro que tem como última volta da competição a rodada de número 38. Portanto, o Vasco terá a partir desse possível resultado judicial exatamente 12 rodadas pela frente.
Tudo indica que o bom senso irá prevalecer e que a decisão do dia 17 seja favorável a Leven Siano, legitimamente eleito presidente do Vasco no dia 7 de novembro em eleição realizada em São Januário. Aliás, eleição presencial, seguindo o rito estatutário, assim como ocorreu nas eleições do Botafogo, São Paulo e Corinthians. Mas, para agonia do povo vascaíno, o Sr. Mussa (que bancou a “eleição” on-line que teve 393 votos a menos que a eleição presencial) volta à cena e tentou impedir o julgamento que pode encerrar a crise interna. Por outro lado, Campello propôs uma nova eleição no clube em dezembro. Isso mesmo! Uma terceira eleição! Literalmente, nessa altura do campeonato. Nada mais sem discernimento e fora dos interesses da instituição e da torcida Almirante.
Esse melancólico impasse e falta de reação do time do Vasco em campo não só expõe que falta comando. Mas, ao mesmo tempo, demonstra que há um vácuo de poder no clube. Isto é, não existe nesse momento autoridade central respaldada em meio à luta pelo poder no clube. Nesse purgatório o vascaíno é obrigado se orientar pelo velho ditado popular: “um olho no peixe, outro no gato”, que significa acompanhar simultaneamente a disputa judicial e a tabela do campeonato.
A tragédia é que o impasse político, criado e salgado, principalmente pelo Sr. Mussa “e seus yellow caps” acaba influenciando negativamente o desempenho do elenco e da comissão técnica atual.
Portanto, nesse momento não existe espaço para meias palavras: é preciso torcer pelo Vasco dentro de campo e pela ação encabeçada por Roberto Monteiro fora das quatro linhas, onde a resultante poderá significar o fim do imbróglio político no Vasco no próximo dia 17.
Todavia, a derrota do golpe e, consequentemente, a vitória da legalidade, ainda é insuficiente para o desafio imposto ao clube. Isso porque não existe confiança e motivação no vestiário. Mesmo o presidente Campello anunciando no dia 5 de novembro que “salários de funcionários e atletas em dia, incluindo acordos”. Quer dizer, Campello esgotou suas munições. Perdeu o comando real da situação. Por isso, é preciso emergir um novo comando no Vasco. Um comando que tenha como tarefa central salvar o clube no Campeonato Brasileiro. Porém, o Vasco não pode esperar até o dia 16 de janeiro para dar esse passo decisivo. Assim sendo, a realidade impõe a imediata construção de um grupo ou comitê de transição que na prática irá funcionar como um gabinete crise respondendo as necessidades empíricas do time cruzmaltino jogo por jogo, rodada por rodada.
O ponteiro do relógio segue avançando. Mas, o Vasco tem pressa. A certeza que fica é uma só: todo o povo vascaíno irá abraçar o propósito da transição. Isso porque esse propósito obedece a uma causa maior, que é reerguer o Gigante de terra e mar. E o campo de batalha do momento é o campeonato brasileiro.
Enquanto a Copa Sul-Americana…
Enfim…
Não há tempo para chorumelas.
É tempo de sacudir a poeira e dar a volta por cima. Não é isso Profexô?
* Leandro Fontes é professor de Geografia, Sócio do Vasco e autor do livro Vasco: o clube do povo – uma polêmica com o flamenguismo (1923-1958)
É, o Vasco precisa mesmo resolver essa indefinição de comando, porque enquanto não houver uma gestão focada nos interesses do Clube, que por conseguinte, são comuns aos dos torcedores, dificilmente o Vasco fará campanhas dignas e compatíveis com sua grandeza institucional. Concordo em gênero, número e grau que aqueles que detém alguma centralidade, conhecimento e que de alguma forma possam se reunir e se mobilizar para minimizar os efeitos dessa falta de gestão, mesmo que através da criação de um gabinete de crise, que possa analisar, compreender e equacionar os problemas e as dificuldades urgentes e iminentes, promovendo movimentos e ações que corroborem para a estabilidade necessária para que time e a comissão técnica tenham equilíbrio e tranquilidade para obter melhores performances nas próximas rodadas dos campeonatos, afim de que possamos evitar um novo rebaixamento. Na minha opinião, essa deve ser mesmo a premissa nesse momento!