A Paz que o Vasco precisa e alguns outros pitacos

Amigos vascaínos dizem que o Vasco precisa de paz interna. Concordo. Esta é a minha tese. Quando Eurico assumiu a presidência em 2015 e Campello em 2018 eu desejei e torci (como torço atualmente) pelo sucesso de suas administrações. Agora, não se pode confundir a paz institucional (os poderes do clube cada um em sua tarefa, funcionando normalmente) com a paz dos cemitérios.

A paz dos cemitérios só prevalece em ambientes ditatoriais e significaria aceitar passivamente desmandos, atropelos ao estatuto do clube, falsa transparência, autoritarismo, em suma, tudo que a atual Diretoria Administrativa vem protagonizando há meses.

Até relatos de sócios ameaçados nas sociais do clube durante jogos por membros de Torcidas Organizadas ligados à Diretoria Administrativa já começam de novo a surgir. No jogo contra a LDU pelo menos um conhecido relatou um caso assim e outros casos parecidos chegaram ao meu conhecimento de forma indireta. Não por coincidência a diretoria administrativa acaba de lançar um plano exclusivo de associação para membros das Torcidas Organizadas.

Abro parênteses para informar que durante muitos anos fui membro de torcida organizada. Tenho orgulho desta época e não compartilho, por óbvio, dos preconceitos comuns que se propagam contra as T.Os. Quem frequentou estádios na década de 70 até o final dos anos 90 do século passado sabe da beleza que as torcidas organizadas traziam ao futebol. Porém, sempre fui e continuo sendo contra a concessão de quaisquer privilégios das diretorias dos clubes às torcidas organizadas, pois estes privilégios nunca veem de graça, estão sempre condicionados de forma implícita a um determinado comportamento, como fica nítido no atual momento do Vasco. Fecho parênteses.

A paz dos cemitérios exigiria também que não se protestasse contra as constantes eliminações e os vergonhosos resultados em campo que enxovalham a nossa história.  Não, esta paz, conformista e medíocre, não serve ao Vasco, não corresponde à grandeza do Vasco.

A paz que precisamos é a das vitórias em campo. É a paz de uma gestão que aproveite o enorme potencial de uma gigantesca torcida nacional para trazer patrocínios, e, portanto, dinheiro, para que possamos reforçar o time e colocar o Vasco em seu caminho histórico de lutar pela liderança em qualquer competição que dispute.

A paz que precisamos seria garantida por uma administração que respeitasse os poderes do CRVG. Campello bem que poderia dar uma pausa no twitter e arranjar um tempinho para enviar alguma prestação de contas ao Conselho Fiscal do Clube, que até esta quarta-feira (15) não tinha recebido qualquer documento da sua administração, decorridos oito meses do mandato e apesar de reiteradamente solicitado pelo órgão responsável por zelar pela transparência e pela correção das contas vascaínas.

Paz sim! O Vasco está cansado deste clima de eterna guerra política. Mas a principal responsabilidade sobre a construção de um clima de paz cabe a quem tem o poder principal. Como diz o projeta Isaías, “e o efeito da justiça será paz” (capítulo 32, versículo 17).

Reunião do Conselho Deliberativo

Aliás, nesta sexta-feira (17) o Conselho Deliberativo se reúne para aprovar ou não a autorização para a contratação de um empréstimo de R$ 38 milhões que a diretoria administrativa pretende contrair dando como garantia valores recebíveis de cotas de televisão e da Ferj. O Conselho de Beneméritos, em reunião no dia 5/8, recomendou ao Conselho Deliberativo que autorizasse o pedido de empréstimo desde que a entrega dos documentos ao Conselho Fiscal fosse regularizada.

Durante a Reunião do Conselho de Beneméritos Campello também se comprometeu a retirar a ação que questionava a eleição de novos Beneméritos durante a Administração Eurico Miranda.

Vasco x Ceará – A vitória é obrigação

Parece que vamos mesmo de Valdir Bigode contra o Ceará. Mesmo que seja anunciado um nome nesta quinta-feira ou sexta, provavelmente o escolhido só assumirá o comando depois do jogo de segunda-feira. Meu palpite: vamos vencer, mas não será jogo fácil. O Ceará vem fazendo uma campanha de recuperação desde a 14º rodada quando estava a 7 pontos de sair da Zona de Rebaixamento e distante 11 pontos do Vasco. Desde então dobrou o número de pontos (8 para 16 com duas vitórias e dois empates nos últimos quatro jogos), deixou a lanterna e está agora a 3 pontos do Vasco.

No entanto, jogando em São Januário, com o imenso peso de sua camisa e apoio da torcida, que nesta hora só deve pensar em apoiar o time, não é admissível cogitar outro resultado que não seja a vitória cruzmaltina.

Por Wevergton Brito Lima

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