Alexandre Campello: Uma vítima de homens maus

O presidente do Club de Regatas Vasco da Gama é, sem dúvida, uma pessoa sem sorte no que tange a ser vítima constante de pessoas más, como mostra a entrevista que ele concedeu nesta quarta-feira (4) ao GloboEsporte.com.

Já foi assim quando, logo depois da eleição da Assembleia Geral vascaína, em novembro de 2017, descobriu que seu parceiro de chapa, Júlio Brant, estava pronto a traí-lo.

Campello passou semanas denunciando aos seus companheiros do Identidade Vasco que Júlio Brant não honraria o compromisso de uma gestão compartilhada e que (Júlio Brant) já o estava apunhalando mesmo antes de ser eleito na Lagoa.

Naquele momento, apenas naquele momento, Campello deixou um pouco de lado sua luta constante pela pacificação do Vasco e lançou seu nome contra Júlio Brant na eleição para a diretoria administrativa, sendo afinal vitorioso, contrariando boa parte da opinião vascaína.

Campello se livrou de um “traidor” (Júlio Brant), mas, vejam que azar, logo estava, de novo, cercado de homens maus. No caso, aqueles mesmos do Identidade Vasco, grupo do qual ele fazia parte há seis anos. Campello, de repente, surpreso, descobriu que os membros do I.V. não queriam a “transparência”.

Foram, inclusive, estes homens maus que o obrigaram a assinar a proposta, levada ao Conselho Deliberativo, colocando o valor de adesão para sócio-geral em R$ 2.000,00.

Esta proposta do presidente foi levada ao Conselho Deliberativo e aprovada com seu voto.

Agora Campello está arrependido, coitado, e diz que defende baixar o valor para “aumentar o número de votantes” nas eleições vascaínas.

Alguns dos novos amigos e assessores do Campello precisa avisá-lo que neste caso é simples: pelo estatuto do Vasco é o presidente que envia ao Conselho Deliberativo a proposta sobre o valor das adesões e mensalidades. Estranho que não tenha feito isso ainda, baixando estes valores, pois este arrependimento, pelo que ele diz, já vem de algum tempo.

Outro arrependimento: os mesmos homens maus também o obrigaram a assinar uma lista com uma proposta de candidatos ao título de benemérito, lista da qual constava o nome do próprio Alexandre Campello.

Igualmente arrependido, ele deixou para externar seu arrependimento publicamente apenas depois que o Conselho de Beneméritos (outro antro de homens maus) rejeitou o seu nome para esta honraria.

Os membros do Identidade Vasco, cansados de abusar da inocência de Alexandre Campello, renunciaram a seus cargos de forma unânime e coesa no dia 5 de maio.

Pronto, Campello pode ser “transparente” à vontade, embora passados seis meses de mandato não tenha enviado sequer um documento ao Conselho Fiscal, apesar deste órgão ter pedido de forma recorrente, muito menos enviou qualquer explicação sobre o porquê abriu mão de 11,5 milhões de euros (mais de 52 milhões de reais) da multa estipulada pela venda do jogador Paulinho, venda esta feita a portas fechadas. Certamente ele está muito ocupado, sendo transparente.

Mas mesmo com os homens maus tendo saído de sua gestão, Campello não tem sossego.

Ele tentou cassar na justiça o título de sócios beneméritos que foram seus eleitores na Lagoa e aos quais ele solicitou apoio. Estranho: estas pessoas e o próprio Conselho de Beneméritos reagiram, pois não notaram que a iniciativa de Campello, de cassar sócios beneméritos que o elegeram, apenas depois que estes sócios votaram em sua eleição, era um coerente gesto de pacificação interna.

Agora os homens maus aprontaram mais uma. Conforme documento entregue pelo próprio Campello à secretaria do Clube, ele iria viajar ao estrangeiro onde passaria 22 dias.

Seria uma viagem institucional, onde, durante estes 22 dias, em conjunto com sua esposa, filho e namorada do filho, ele iria representar os interesses do Vasco na Rússia, junto à CBF, que – com certeza Campello não sabe – tem sua sede na Barra da Tijuca, bem perto de sua residência.

Os homens maus então, exigiram que o estatuto do Clube fosse cumprido, pois em qualquer instituição séria, se o presidente viaja 22 dias para o exterior, deve assumir o seu substituto legal. O ingênuo Campello não foi avisado de que ao entregar o exercício da presidência interina do Vasco no Brasil a quem de direito ele não deixa de ser o presidente, da mesma forma que o Presidente da República, ao viajar ao exterior, continua Presidente da República, mas os atos da administração que exigem presença física no Brasil não sofrem solução de continuidade.

Constrangido, Campello teve que deixar os parentes na Rússia e voltar ao Brasil para assumir suas funções, pois “não gosta do seu 1º vice-presidente”, postura que chama a atenção em quem tanto defende a pacificação.

Ao voltar não deixou de dar outra pausa na sua incessante busca por pacificação: mandou invadir a sala de um poder independente do Clube, a sala do Conselho Deliberativo, onde também funcionava a comissão de reforma do estatuto.

O presidente do Conselho Deliberativo, sem dúvida um homem muito mau, na sexta-feira à noite fez um registro de ocorrência visando se resguardar, pois documentos importantes sumiram, e o registro desta ocorrência, segundo o bom Campello, na entrevista já citada, “paralisou o Clube”.

Afinal, o Vasco pode muito bem ficar 22 dias com o presidente da diretoria administrativa flanando no exterior com a família, sem um substituto legítimo, mas não resiste a um mero registro de ocorrência sem ficar “paralisado”.

Campello disse que sua volta apressada e o clima de “guerra política”, que como vemos ele sempre faz tudo para evitar, prejudicou a contratação de jogadores e inclusive a negociação de patrocínios.

Quem acredita nisto e na tal “viagem institucional” de 22 dias à Rússia, talvez nem tenha notado o tom irônico de todo o texto acima. Para estes avisamos: a ironia acaba aqui e aproveitamos para dar um conselho do Identidade Vasco ao presidente da Diretoria Administrativa: Deixe de fazer papel de vítima e trabalhe. Reforce o time de futebol, busque os patrocínios prometidos, respeite o estatuto do Club de Regatas Vasco da Gama e seja de fato transparente.

Do contrário, sua incompetência vai, aos poucos, deixando cair sua máscara de vítima eterna e revelando sua verdadeira face, que alguns já conhecem, mas que ainda está oculta para muita gente.

Identidade Vasco

O Vasco é a nossa Identidade

04/07/2018

 

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