Uma crônica vascaína – Uma crônica necessária

Neste momento em que, de cabeça quente, vários vascaínos ameaçam pular do barco, mais do que nunca precisamos de crônicas como esta, publicada logo abaixo, do geógrafo Leandro Fontes, autor do livro Vasco: o clube do povo – uma polêmica com o flamenguismo (1923-1958).

A crônica resgata, de forma singela, o sentimento do mais puro vascainismo. São mensagens como essas que devemos, incessantemente, transmitir às novas gerações.

A saída, até que passe este período de tragédia esportiva e institucional, é alimentar nas crianças vascaínas o culto às nossas tradições, quase como uma religião, que têm pressupostos baseados na fé pura e simples e não depende, para sua existência, das circunstâncias materiais.

E, de fato, a grandeza do Vasco, forjada em sua história incomparável, permanece, independentemente de qualquer coisa.

Vamos, portanto, unir a mais ferrenha crítica à caterva que hoje dirige o Vasco, com a mais decidida e apaixonada defesa da instituição Vasco da Gama, redobrando nossa “pregação”, conversando com crianças e jovens sobre o que é ser Vasco, fazendo mais sócios e, quando voltar o público aos estádios, comparecendo aos jogos em massa. Isso não é contraditório com a luta para derrotar os golpistas.

É natural e compreensível que muitos de nós, na verdade, todos nós, tenhamos momentos de desânimo, mas não podemos nos entregar a este sentimento.

Se cada vascaíno ou vascaína se convencer do fato de que só a torcida pode salvar nosso clube, a retomada acontecerá mais cedo do que tarde. Neste sentido, uma crônica como esta do Leandro é um lenitivo neste momento de aflição e um incentivo a jamais sequer pensar em desistir.

Wevergton Brito Lima, editor do Pega na Geral

Brasilidade Vasco

O Vasco é como o pão na manteiga acompanhado de um pingado na padaria.

O Vasco é como o feijão com arroz de todos os dias.

O Vasco é como a feijoada, o cozido, o bacalhau das ocasiões especiais em família.

O Vasco é como o gostoso papo no boteco acompanhado de uma cerveja gelada e uma prosa que rima.

O Vasco é como a bonança da sexta-feira, a alegria do sábado, a preguiça deliciosa do domingo.

O Vasco é como a pureza do sorriso infantil que viraliza.

O Vasco é como o beijo da pessoa amada no final do dia.

O Vasco é o brazuca e o portuga.

O Vasco é da cor de seus torcedores: preto e branco.

O Vasco é da Barreira, do Rio, do Brasil, das Américas, de Portugal. O Vasco é do mundo.

O Vasco é a gaivota livre, além-mar.

O Vasco é a imponência de São Januário.

O Vasco é o Maracanã lotado.

O Vasco é do povo, sem populismo.

O Vasco é gigante, sem propagandismo.

O Vasco deixa-se amar independentemente de fronteiras, de raças e de classe social.

Nosso Vasco é assim: uma mistura original do Brasil.

O Vasco é nossa cachaça.

Por isso, Vasco é Vasco.

Por Leandro Fontes

 

1 comentários

  1. Maravilha necessária neste momento traumático que estamos vivendo, por pura incapacidade de gestão e total desprezo as nossas tradições e principalmente o abandono total de nosso estatuto, que foi pisoteado pelo Cãopello e rasgado por Mussa e sua corja, vamos mais uma vez resgatar o nosso amado CRVG de tantas glórias e pioneirismo!!! L Ferreira

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