O perfil “Vasco Futebol Feminino” publicou, nesta quinta-feira (17) que o Vasco SAF havia dispensado as jogadoras da categoria de base, o que foi confirmado pelo site GE. Segundo o perfil “Cruzmaltinas 1923”, um dos motivos da dispensa foi economizar os gastos com alojamento das atletas que não moram no Rio de Janeiro. Não, não vou colocar o vídeo da GDA cantando que estamos milionários.

A notícia teve pouco destaque, o que é de estranhar pois o Futebol Feminino cresce no interesse do público a olhos vistos. Talvez o motivo da repercussão mínima seja o de não chamar a atenção dos vascaínos para o fato de que, quando o futebol feminino ainda engatinhava, foi o Clube Associativo que decidiu destinar investimentos importantes para a modalidade, nos anos 1990, por iniciativa do “vilão” Eurico Miranda.

E o que surgiu a partir desta iniciativa foi inesquecível. O futebol feminino vascaíno foi quatro vezes campeão brasileiro – 1993, 1994, 1995 e 1998. Em 2000, quando o Vasco foi campeão estadual feminino (o Clube é o maior vencedor da competição estadual com 8 títulos), a seleção feminina de futebol que disputou os jogos Olímpicos tinha 5 jogadoras vascaínas no time principal. Foi neste período que surge Marta, vinda de Alagoas, a maior jogadora do mundo, revelada pelo Vasco assim como Pretinha e muitas outras craques. Em 2012 o Vasco conquistou o campeonato mundial sub-17 feminino ao derrotar o Atlético de Madrid por 1 x 0. Em 2014 o Vasco criou todos os níveis de categoria de base no futebol feminino, coisa que não existia em nenhum clube do Brasil.

Feliz com a vitória do Vasco sobre o Botafogo, na partida disputada à noite no Maracanã, mas triste com mais um passo no caminho da destruição das nossas tradições, contei estes fatos sobre o futebol feminino vascaíno para um amigo, integrante da VasBocó, que respondeu com desprezo, enquanto babava no hambúrguer: “Isso é apenas história”.

Wevergton Brito Lima

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